A ideia para este projecto nasce no pressuposto de uma vertente educacional com ligação ao mar e à sustentabilidade. Mar enquanto elemento de ligação entre continentes; continentes que surgem enquanto corpos sustentáveis. O desenvolvimento do edifício baseia-se num conjunto de blocos independentes, interligados por uma membrana transparente, que cria um conjunto de passadiços exteriores cobertos, garantindo as necessárias circulações. Esta pele envolve o piso térreo de todos os blocos e circulação entre eles, criando a ilusão de um embasamento unificado, sobre o qual pousam alguns corpos de aspecto mais encerrado e pesado. Na concretização desta ideia, foram adoptados 2 materiais, o tijolo de vidro e o aglomerado negro de cortiça. O tijolo de vidro, na caracterização do mar no embasamento, surge como material transparente, com reflexo, com brilho, permite a passagem de luz, deixa ver e ser visto, numas zonas mais, outras menos, consoante o tijolo mais liso e transparente ou translúcido. Como o próprio mar, não é homogéneo, embora aparente ser. A cortiça surge como revestimento exterior das fachadas nos pisos superiores dos blocos, que parecem pousar sobre o embasamento em tijolo de vidro. A escolha deste aglomerado remonta à preocupação com a sustentabilidade, por ser um material natural, que garante não só uma excelente capacidade de isolamento térmico, como funciona perfeitamente como revestimento exterior, que interage com as condições atmosféricas, clareando ou escurecendo, com o sol ou a chuva. Esta capacidade remete-nos para a imagem dos continentes em mudança, em evolução, em transfiguração. As coberturas vegetais são outra tema a abordar neste projecto, também com a preocupação da sustentabilidade.
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